segunda-feira, 14 de junho de 2010

Não apresse o rio

Lembro de um livro com este título, que li faz tempo. Só me recordo que era de uma mulher que morava no Esalen Institute, na California. Estive lá uma vez. Lugar lindo, encravado entre a montanha e o mar. Havia mesas de massagens sobre um deck que avançava sobre a areia do mar, as ondas como música. Especial...
Não apresse o rio! E a vida segue seu curso infinito e sem destino conhecido.
A minha, por exemplo, sai de uma reta e toma uma curva, nova paisagem quase se faz ver. Curvas, atalhos, trilhas, subidas íngremes, descidas perigosas, estradas largas e outras estreitas. Algumas bem secas e costeando montanhas, o abismo se abrindo em braços largos láaa em baixo. E aquelas pontes presas por cordas, estilo Indiana Jones, balançando sem parar!! Minha vida tem dessas coisas.
Então aqui estou, tentando escrever a cada semana. Escrever para alguém? Escrever por alguma razão? Acho que não consigo escrever pensando do outro lado. Olhos ou razões como suposição. Vontade de escrever e pronto. Não existem apelos para que me leiam, exceto o endereço do blog no livro que publiquei. Então já não estou totalmente só nesta escrita.
Mas vamos aos fatos.
Sábado dia 12 de junho teve apresentação de minha peça "Sangue Seco" na biblioteca Viriato Correa, lá na R. Sena Madureira. Esta peça tem alguma coisa especial para as mulheres. Elas se emocionam e eu queria saber qual o motivo principal de cada uma delas. O amor? O sonho do casamento? As ilusões a que estamos sujeitas, todas nós, durante a vida? A vida e seu breve momento? A crença que existe alguma magia, em algum lugar, que pinte em nossas memórias o desenho secreto, o símbolo revelador da existência?
Quando a personagem diz " Eu soube aproveitar a vida!", é como se me fizesse estremecer. E eu, sei? Estou sabendo? Saberei?
Amanhã o sol nascerá mais uma vez. Hoje teve lua e estrela, lado a lado, como num quadro ideal. O céu levemente rosado não encobria o frio nas mãos e nos pés enquanto eu levava o Baden, meu amigo cão, para seu passeio vespertino.
Tudo é pequeno nos momentos sem sentido. Eu faço o sentido quando olho. Sei a noite de lua e estrelas, sei a alegria do Baden correndo atrás de uma pomba, sei que amanhã nascerá o sol. E tudo tem sentido. Não apressei o rio. Sentei e olhei.
Não é mágica. Mas é mágico. Tudo dentro do Nada.
Um dia de junho, época da copa do mundo. Brasil estréia amanhã!
Gosto de futebol e da Scarlett O'Hara, personagem de O Vento Levou . Não faz conexão alguma! É só pra dizer coisas que gosto.
Segunda próxima tento escrever novamente! Será que o Brasil ganha o jogo?

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